Como ando meio sem tempo de postar alguma crônica minha, colocarei textos sobre o Luther Blissett retirados do Wikipédia mesmo. Aliás, considero hoje, indispensável conhecermos a história do Luther Blissett, pseudônimo de várias e várias pessoas. Eu sou Luther Blissett, você é Luther Blissett, nós somos Luther Blissett. (Luther Blissett Project)
Segue na íntegra:
Luther Blissett é um pseudônimo multi-usuário, uma identidade em aberto, adotada e compartilhada por centenas de
hackers, activistas e operadores culturais em vários países, desde o verão (no
hemisfério norte) de
1994[1]. Na
Itália, no período 1994-1999, o chamado Luther Blissett Project (mais organizado no seio da comunidade aberta que utiliza o pseudônimo), adquire notoriedade tornando-se uma lenda, uma espécie de herói popular, um
Robin Hood da era da informação que organiza zombarias, passa notícias falsas aos
mídia, coordena heterodoxas campanhas de solidariedade a vítimas da repressão.
Origem do nome:O nome Luther Blissett
[2] foi inspirado em um atacante
futebolista inglês negro, de origem
jamaicana jogou no pequeno clube de Watford durante a
década de 70 até a
90. Contratado pelo
Milan da
Itália, foi considerado uma das piores atuações de um jogador no clube, portanto devolvido ao clube de Watford onde é o maior artilheiro do time. Sobre o fato de ser o inspirador da
contra-cultura do Luther Blissett Project na
Itália e no mundo, se recusa a falar sobre o assunto, o verdadeiro motivo pelo qual foi escolhido o nome de Luther Blissett para a nomeação do projeto.
Notícias falsas:
As notícias falsas fabricadas por Luther Blissett são uma forma de ridicularização e humilhação da
mídia de massa, ou comumente chamada grande mídia. Por exemplo:
Em 1994, Luther Blissett simulou em
Bolonha uma fase de "Horrorismo", como denominado pela mídia local, animais destroçados foram encontrados nos parques e praças da cidade e em centros de religiosos de Bolonha. A "população" começou a enviar centenas de cartas aos jornais e TV da região relatando o acontecimento e diversas notícias foram ao ar, crônicas de psicólogos e sociôlogos em várias páginas de jornais, o acontecimento somente foi desmentido depois de uma carta de Luther Blissett, que nada daquilo havia acontecido, o único "horrorismo" daquela história era o sensacionalismo a mídia.
Em 1995, o programa de TV "Quem o Viu?" recebeu o comunicado de uma rádio de Bolonha que do desaparecimento do artista inglês Harry Kipper, informado pelo grupo inglês chamado "Amigos de Kipper" dizendo que seu amigo havia sumido durante uma viagem de bicicleta no norte da
Itália, o programa foi a
Londres entrevistar os Amigos de Kipper e gravar lugares onde o artista costumava passar e foi também em algumas cidades que Kipper havia passado como Bolonha e
Udine. O programa prestes a ir ao ar foi informado pela polícia inglesa que era um desaparecimento falso, não havia registro de Harry Kipper na Inglaterra e nem outro lugar. Dias depois a história foi contada para todos os jornais da Itália com os créditos para o tríplice grupo chamado Luther Blissett.
Em 1996, alguma pessoa da internet auto-intitulada Luther Blissett é contactada por Guiseppe Genna da editora italiana
Mondadori a fim de organizar um livro de Blissett com uma coletânea de textos, depois de várias conversas, LB envia para Giuseppe seus textos para a publicação, mas com um pequeno porêm, textos esses que eram de redações escolares, textos totalmente sem nexo retirados da internet e re-organizados mais sem sentido ainda sobre tecnologias, entrevistas e assim por diante. O livro é lançado com o nome net.gener@tion organizado por Giuseppe Genna. Depois de publicado, uma nota nos jornais foi colocada mostrando a verdadeira história sobre o livro, seus textos delirantes e mentirosos.
Totó, Peppino e a Guerrilha psíquica:O livro Totó, Peppino e a Guerrilha psíquica é uma coletânea de escritos de Blissett publicada pela editora Einaudi em 2000. O nome teve origem nos programas da dupla Totó e Peppino comediantes italianos da
década de 50, eram comédias bizarras, com qualidade de produção péssima, devido a pouca tecnologia na época. Um dos programas chamado Totó, Peppino e i fuorilengge reflete situações de simulação, falsificação, disfarce e fraude.
Q, o caçador de hereges:O romance Q é redigido no triênio 1996-98 por quatro membros do grupo
bolonhês do LBP (Luther Blissett Project), sendo publicado pela editora Einaudi em março de 1999. Nos anos seguintes é traduzido para o
inglês,
espanhol,
alemão,
holandês,
francês,
português (do
Brasil),
dinamarquês e
grego.
Os quatro autores do
Q, o Caçador de Hereges saem a céu aberto em
6 de março de
1999 com uma entrevista para o diário
La Repubblica. Apesar do título sensacionalista, nas respostas não se reduz de maneira alguma a complexidade do fenômeno Luther Blissett nem, muito menos, se renuncia às práticas anteriormente adotadas. "Os nossos nomes têm importância mínima e a das nossas histórias individuais é ínfima. Somos a equipa que escreveu Q, mas não chegamos a constituir o 0,04% do Luther Blissett Project". Além da complexidade da trama e do seu valor alegórico, o livro desperta interesse também pelo fato de ter sido publicado em uma espécie de fórmula
copyleft. Surpreendem-se os que ignoram que a crítica prática da
propriedade intelectual é uma pedra angular do LBP.
Em dezembro de 1999 termina o Plano Quinquenal do LBP. Todos os veteranos (os que utilizam o nome desde 1994) perpetram um suicídio simbólico, denominado
Seppuku (suicídio ritual japonês). O encerramento do LBP não implica de forma alguma no fim do pseudônimo, que continuará a ser adotado por muitas pessoas em vários países.
Em janeiro de 2000, uma quinta pessoa alia-se aos autores do Q e nasce uma nova banda de narradores,
Wu Ming ("anônimo" em chinês mandarim). O livro Q tem passagens que é muito lembrada pela escrita de
Umberto Eco, rumores dizem que o livro Q também teve a mão a do escritor, mas nada realmente concreto
[3].
"Quantos Zé ninguém e Luther Blissett existem espalhados pelo mundo? Se nosso vizinho de casa desaparece, saberemos "tudo" pela televisão, sem nem a necessidade de olhar pela janela. A mídia de massa nos oferece a medida da nossa existência. Muitos vivem para aparecer, mas somente poucos aparecem para viver. Luther Blissett apareceu desaparecendo. Pode desaparecer uma pessoa que não existe? Principalmente se seu nome for apenas o pseudônimo do suposto ilusionista Harry Kipper, misteriosamente desaparecido? Ser e não aparecer, e quem resolve aparecer atrás de um nome coletivo faz isso para desarrumar as regras do jogo. Se na mídia aparece o rosto de Luther Blissett, este é com certeza mais um falso, pois LB possui rostos demais para ser representado somente por um. Mas acima de tudo porque, se está presente na mídia, então desaparece como LB, isto é, prefere-se a aparência à existência."
(Luther Blissett)