Caminho, só eu e a minha mente
desvairada a rua vazia amputa a gente
Pois não tenho nada e o nada já é tudo
Pois não tenho nada e o nada já é tudo
eu liquido o saldo, que já não era muito.
E nos mares humanos, somos tantos e tão sós
O que somos então, senão girassóis?
Que apontam e rumam para o mesmo lugar
Mas gestos e aparências iguais não dizem nada.
Mais um copo de whisky e cachaça para esquecer
Num bar qualquer vejo a vida entardecer
Com meus amigos sós, cópias de mim tão só
Levo a boca o fumo, num gesto igual ao que vi na TV.
E em casa me deito à uma cama igual a tantas outras
Com lençóis que sufocam e calam-me a boca
Ao tentar recordar de um dia, em que o meu “eu” ator
Não tenha atuado a vida, como numa produção barata e mal dublada de terror.
Rodrigo Barradas
3 comentários:
"E em casa me deito à uma cama igual a tantas outras
Com lençóis que sufocam e calam-me a boca
Ao tentar recordar de um dia, em que o meu “eu” ator
Não tenha atuado a vida, como numa produção barata e mal dublada de terror."
Um vazio representado com palavras tão vivas.
Parabéns Rodrigo, teus textos são excelentes! Me identifiquei demais com eles.
Muito obrigado Solia!
Rodrigo Barradas
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