sexta-feira, outubro 24, 2008
Ávida Vida
Ah, ávida vida, que pulsa palpites de estar vivo
Sem nem certeza, afunda e nada em achismos
Disse-me o mendigo, que mendigava um cadím assim de amor
Sem o seu próprio, procurava, mas só colhia a dor
Oh pobre mendigo, já não basta a pobreza de dinheiro
Meu paupérrimo amigo ainda passas fome de amor
E a dor? Essa já é forte sem o comer
Quiçá quando nem te alimentas – sem te bem querer
Esperança, tão bela palavra te esqueceu (ou foste tu?)
Mas dizes tu, que essa palavra nunca conheceu
Pode ser que o que restava de amor próprio foi que morreu
Aí dizes tu, que em ti sentimento assim nunca nasceu
E falam tantos estudiosos sobre o tema
Como, quando, onde, quem e porque, mas entenda
Que o julgo que te julgas deve ser o julgo teu
Se foi a vida, ávida e mendiga, ou a alma que em ti morreu.
Rodrigo Barradas
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